A inovação tecnológica é um dos focos de atuação do Governo de Minas Gerais para alavancar a economia mineira, gerar mais empregos e tornar o estado mais competitivo e preparado para novos mercados. Programas como o Compete Minas, HubMG GOV e o Pesquisador na Empresa, encabeçados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), são exemplos claros disso.
Com objetivos como incentivar a competitividade no ramo produtivo, aumentar a eficiência da administração pública estadual e fazer uma ponte entre empresas e pesquisadores com foco no desenvolvimento, respectivamente, esses programas têm feito a diferença para os participantes e para os mineiros, que são os maiores beneficiados. Todos os três estão com editais abertos para impulsionar o setor produtivo mineiro e promover ideias que tragam soluções inovadoras e eficientes.
Mais que soluções, programas mudam a vida dos mineiros
Um caso que se destaca é o da IAsis Health — startup de tecnologia voltada para a área da saúde e com grande expertise em soluções voltadas para o setor público — que, por meio do programa HubMG GOV, criou a primeira rede estadual de dados em saúde do Brasil, sendo referência para outros entes federativos. Rita de Cássia Pereira, diretora de Negócios da IAsis Health, pontua que participar do programa foi uma grande oportunidade para a startup.
“Quando a gente teve a chance de participar da área da saúde aqui (de Minas Gerais), foi a grande oportunidade para a gente criar a Rede Mineira de Dados em Saúde. Participar do HubMG GOV e trazer nossa experiência, plataforma e a tecnologia mais de ponta que existe hoje, a de BlockChain, e participar disso junto à Secretaria de Saúde (SES-MG) foi a cereja do bolo para a gente”, frisa Rita.
A iniciativa é uma plataforma transversal de vários sistemas que integra dados para dar celeridade e efetividade aos atendimentos em saúde, bem como reduz custos e processos, para que o Estado entregue para o cidadão mineiro a autonomia dele sobre sua vida e saúde. Por meio da plataforma, foi possível unir bases do Conect SUS, de farmácias, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e de outros sistemas. Agora, a IAsis Health está trabalhando para acrescentar dados municipais referentes à Atenção Primária em Saúde.
“Essa é a grande oportunidade que a gente tem de olhar a saúde como um ecossistema integrado e do Estado ter ferramentas para melhorar a vida do cidadão, do paciente, com muito mais agilidade”, completa a diretora.
O HubMG GOV visa a aumentar a eficiência da administração pública estadual, facilitando a adoção de soluções tecnológicas por órgãos governamentais. No início deste mês, o programa lançou um Chamamento Público de Subvenção Econômica, com o apoio da Neo Ventures, que destina R$ 40 milhões para impulsionar a inovação no setor público e traz mais de 240 desafios identificados, o que o torna o maior programa de inovação aberta para o setor público da América Latina. A iniciativa permite a incorporação de soluções tecnológicas de startups, empresas, cooperativas e pesquisas acadêmicas por órgãos públicos estaduais.
A expectativa é de que os serviços do Estado se tornem mais inovadores, céleres e eficientes, trazendo inúmeros benefícios para os mineiros. “Tanto quanto promover projetos e programas que impulsionem a economia mineira, nosso foco é incentivar as empresas de Minas a se tornarem mais preparadas para o mercado atual, bem como criar condições e parcerias para que as novas tecnologias também auxiliem na resolução de desafios do poder público estadual. Como consequência, geramos mais empregos e renda para os cidadãos, em sintonia com os pilares que sustentam a gestão do governador Romeu Zema”, afirma o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.
O novo edital do programa oferece recurso financeiro não-reembolsável para os projetos e é destinado a empresas, startups, cooperativas e Instituições de Ciência e Tecnologia sediadas em Minas Gerais. Estas podem solicitar até R$ 2 milhões por projeto, para desenvolver soluções que mitiguem um ou mais dos 240 desafios públicos apontados pelo HubMG GOV e detalhados no edital.
Os interessados em se inscrever devem acessar este link.
Inovação vira referência nacional
E não para por aí, outros órgãos do Governo de Minas também já foram beneficiados por programas de inovação e tecnologia da Sede-MG. É o caso da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), que, por meio do Seed GOV — programa que acelera startups que desenvolvem soluções para desafios públicos — teve seu sistema modernizado e automatizado para atender melhor à população.
Henrique Petrocchi, diretor de Integração, Negócios e Tecnologia da Jucemg, conta que o desafio deles era melhorar e inovar no atendimento da instituição no contexto da pandemia. Por meio do programa Seed GOv, a startup MaxBot promoveu a introdução do Whatsapp, Telegram e ChatWeb no site, como ferramentas de atendimento. A inovação trouxe uma grande repercussão entre os usuários e entre as Juntas Comerciais de outros estados, resultando em parcerias da MaxBot também com outras unidades federativas.
“Todas essas ferramentas trouxeram ao usuário um atendimento próximo, mais ágil e personalizado, na palma da mão. Isso revolucionou o nosso atendimento”, destaca Henrique Petrocchi. “Todo esse contexto de experiência de sucesso nos fez ter mais vontade de participar do HubMG GOV. A Jucemg se prontificou e lançou um novo desafio, aproveitando a tecnologia de inteligência artificial para melhorar os processos internos da Junta Comercial”, completa.
Mais competitividade, mais desenvolvimento
O Compete Minas é um outro programa de inovação e tecnologia do Governo de Minas. O objetivo deste é estimular a inovação e a competitividade no setor produtivo do estado e disponibilizar até R$ 100 milhões ao longo do ano, divididos em três chamadas. As duas primeiras chamadas, referentes às linhas Tríplice Hélice e Empresas, Startups e Cooperativas somam R$ 80 milhões e já estão com editais abertos.
A chamada “Tríplice Hélice” é voltada para Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) que desejam realizar projetos de inovação para empresas. Já a chamada “Empresas” é direcionada a organizações tradicionais, de base tecnológica, startups e cooperativas que queiram realizar projetos de inovação de forma autônoma.
O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Bruno Araújo, destaca que o Compete Minas é voltado a empresas de qualquer setor e porte e objetiva a geração de emprego e renda de qualidade em Minas Gerais. “Nosso governador, Romeu Zema, sempre traz como prioridade a geração de emprego e renda para o estado, e esse programa vem diretamente para isso”, reforça. A Sede-MG tem realizado caravanas de palestras pelo estado para divulgar e esclarecer detalhes sobre o Compete Minas para públicos interessados.
O sucesso do programa está atraindo mais pessoas, que têm demonstrado interesse em participar do programa. Gabriel Petrone, especialista em ChatBot, esteve presente em uma palestra sobre a iniciativa, que aconteceu em Varginha, e se mostrou interessado em participar. “O programa Compete Minas tem muito potencial para gerar novos empregos e renda para o estado, através de tecnologia e inovação”, ressalta.
A terceira chamada, referente à atração de investimentos, ainda será lançada. Nessa modalidade, poderão participar empresas que atuam em qualquer setor do Brasil e do exterior que tenham interesse em se estabelecer no estado mineiro.
Fundador e sócio da Ultrapão Alimentos, Rafael Mendes, de Pouso Alegre, afirma que a participação da empresa no Compete Minas auxiliou e acelerou o processo de pesquisa e desenvolvimento de um produto inovador para o mercado da panificação. “A gente desenvolve uma tecnologia exclusiva no mercado nacional de criar um processo que viabilize a estabilização de pães em temperatura ambiente e mantenha o shelflife (vida útil do produto na prateleira) sem a utilização de conservante”, esclarece.
Rafael conta que a empresa já está aprimorando o produto, graças à participação no Compete Minas. “Nos próximos meses, já vamos ter testes de mercado desse produto, que certamente vai inaugurar um novo momento para a panificação nacional. Somos muito gratos a essa iniciativa de fomentar a indústria mineira e elevar sua capacidade técnica e de inovação”, declara.
A pesquisadora Miriam Maria De Resende, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), coordena um projeto de pesquisa que, em parceria com o Compete Minas, visa a produzir um tipo de inoculante (produto à base de bactérias que beneficiam as plantações) com culturas microbianas fixadoras de nitrogênio em plantas de feijão.
“No momento, já temos mais de cem cepas selecionadas e mais de dez identificadas. Já estamos no processo de estudos para a produção desse inoculante”, afirma Miriam. Ela ressalta a divulgação dos conhecimentos produzidos nas universidades de Minas Gerais e o estímulo ao desenvolvimento da cultura de inovação como principais pontos da chamada Tríplice Hélice do Compete Minas.
Aproximar a pesquisa do mercado produtivo
O mais novo desses programas é o Pesquisador na Empresa. Com edital publicado recentemente, o programa foca em apoiar projetos de pesquisa de inovação com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação de Minas Gerais, induzindo a inclusão de pesquisadores em empresas, cooperativas e startups por meio da concessão de bolsas e auxílio à pesquisa, e fomentando, assim, a cultura de pesquisa e desenvolvimento junto ao setor produtivo.
A Chamada Fapemig 20/2023 dispõe sobre o edital do Pesquisador na Empresa e já está aberta. São R$ 25 milhões em investimentos para o programa, que possui duas formas de entrada — uma por submissão pela própria empresa, que pode solicitar até 4 bolsistas (2 de cada tipo de bolsa disponível) e outra por meio de ICT em parceria com a empresa, podendo solicitar até 3 bolsistas (1 de cada tipo de bolsa disponível).
As propostas contemplam o pagamento de bolsas para mestrandos, mestres, doutorandos, doutores ou profissionais que possuam qualificação equivalente, seguindo os parâmetros da Fapemig. O Estado custeará a bolsa, e a empresa, por meio de contrapartida, garante a suplementação desse benefício em no mínimo 25%, possibilitando um acréscimo no valor a ser recebido pelo bolsista e garantindo a captação de profissionais qualificados.
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