Consumidores interessados em uma alimentação mais saudável e produtores em busca de alternativas que possibilitem uma redução dos custos de produção. A junção desses interesses tem resultado numa grande demanda de agricultores por cursos e treinamentos sobre biofertilizantes e outras práticas agroecológicas. Nos últimos anos, a Emater-MG tem realizado diversas oficinas sobre o tema e, em 2024, vários cursos para agricultores já estão programados, além de um treinamento para os extensionistas da empresa, que vão disseminar esses conhecimentos em várias cidades mineiras.
Em 2023, a área de Agroecologia do Departamento Técnico da empresa ministrou mais de 25 cursos e oficinas em várias regiões de Minas. Além disso, o coordenador estadual de Agroecologia da Emater-MG, Fernando Tinoco, também participou de uma missão no Zimbábue, onde foi dado um curso para 25 lideranças locais, que repassarão as técnicas agroecológicas para os agricultores do país africano.
“No pós-pandemia, com a alta dos insumos agrícolas, houve uma crescente demanda das técnicas agroecológicas. O uso de pós de rocha, de bioinsumos, das caldas alternativas, compostos orgânicos e outros, cresceu muito no Brasil inteiro. O crescimento dessas técnicas tem sido significativo tanto nas grandes fazendas como nas pequenas propriedades rurais. A Emater-MG tem buscado atender aos anseios dos produtores por conhecimentos na área e temos realizados muitos cursos e palestras para os agricultores”, conta Tinoco.
Uso de matérias-primas disponíveis
Na linha agroecológica, segundo o coordenador, os biofertilizantes são o que vêm despertando mais interesse dos produtores. “Eles estão em alta pela facilidade de aquisição das matérias-primas e pelos resultados de campo. É um fertilizante barato: a base é o esterco, que a gente faz a fermentação e acrescenta os minerais e microorganismos para melhorar a liberação dos nutrientes e acelerar a fermentação”, explica Tinoco.
O coordenador da Emater-MG lembra ainda que a busca maior dos agricultores não têm sido por produção orgânica, mas na redução do uso de agroquímicos.“Alguns agricultores se tornam produtores de orgânicos, mas a grande maioria dos participantes dos cursos visa a redução dos custos de produção com melhoria da qualidade dos alimentos produzidos, aproveitando matérias-primas disponíveis na propriedade como o esterco e na região, especialmente os pós de rocha”, explica o coordenador.
Cursos programados
A primeira atividade programada do ano na área é o Curso de Sistema Agroflorestal, que vai acontecer no dia 29/2, em Cordisburgo, na região Central de Minas. O treinamento é uma parceria com o Programa Rural Sustentável – Cerrado (PRS-Cerrado) e vai focar na poda e adubação verde. Já nos dias 6 e 7/3, haverá oficinas sobre agroecologia e bioinsumos, em Rio Pomba, na região de Cataguases. O treinamento é destinado aos extensionistas da Emater-MG. “Esse curso visa treinar os técnicos da empresa para que eles repassem os conhecimentos para os agricultores do estado”, explica Tinoco.
Em março, também serão ministradas oficinas de agroecologia e bioinsumos para produtores rurais, em Alfredo Vasconcelos (Zona da Mata), no dia 13, e em Belo Vale (região Central de Minas), no dia 27. Durante os cursos, será ensinado como montar um mini reator para multiplicação de microrganismos. A técnica consiste num tanque, que acelera a multiplicação de microrganismos, usados como ativadores do solo e para acelerar a decomposição da matéria orgânica e o controle de pragas e doenças.
O curso em Alfredo Vasconcelos é uma parceria da Emater-MG com o Sebrae. No primeiro semestre de 2024, ainda estão programadas atividades, na Feira Regional Agropecuária (Feragro), em Capelinha (10 e 11/4); em Patos de Minas (24/4); em Campo Florido (14 e 15/5), em Sacramento (16 e 17/5) e em Januária (22 e 23/5). As informações sobre os cursos podem ser obtidas nos escritórios locais da Emater-MG de cada município.
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