A realização de um transplante envolve uma verdadeira força-tarefa, que inicia com o gesto generoso da família doadora e se estende ao trabalho conjunto de equipes médica multidisciplinar e de apoio logístico. É um processo que demanda sensibilidade, agilidade e esforço coletivo para tornar possível novos começos e vidas transformadas.
A união de forças entre o Governo de Mato Grosso do Sul, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Hospital da Vida de Dourados e Hospital Adventista do Pênfigo, vai ressignificar cinco vidas que, até então, se encontravam na fila dos transplantes.
Em uma ação coordenada pala SES (Secretaria de Estado de Saúde), que exigiu agilidade e perícia, a PRF realizou na tarde de quarta-feira (23) o transporte de urgência de cinco órgãos para transplante. Os órgãos saíram de Dourados e foram levados até Campo Grande, de onde partiram para a capital gaúcha Porto Alegre.
Após a captação de dois rins, duas córneas e um fígado de um doador de 48 anos, por uma equipe multiprofissional do Hospital da Vida em Dourados, a equipe médica acionou a Central de Transplantes da SES que solicitou o apoio do helicóptero da PRF para o transporte de urgência para a Capital.
Saindo da Delegacia da PRF em Dourados, a aeronave da PRF realizou o trajeto em apenas 50 minutos até o Hospital Adventista do Pênfigo, onde um paciente já aguardava o transplante de fígado.
As córneas foram encaminhadas à Santa Casa de Campo Grande onde serão avaliadas pelo banco de olhos e posteriormente transplantadas em pacientes de Mato Grosso do Sul. Os rins tiveram como destino a cidade de Porto Alegre.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Claire Miozzo, a logística é um dos principais desafios nesse tipo de procedimento.
“Isso é crucial, pois quanto menor o tempo de isquemia fria, ou seja, o período em que o órgão permanece fora do corpo entre a remoção e o transplante, maiores são as chances de sucesso do procedimento. A rapidez nesse processo, facilitada pelo apoio da PRF, impacta no resultado do trabalho da equipe médica e na recuperação do paciente”, destaca Claire Miozzo.
Para o diretor-geral do Hospital Adventista do Pênfigo, Everton Martin, a oportunidade de salvar vidas por meio da doação e transplante de órgãos reforça o propósito da instituição.
“O Hospital Adventista do Pênfigo alcançou um marco significativo ao realizar o seu 30º transplante de fígado, menos de um ano após conquistar a habilitação para esse procedimento de alta complexidade. Este avanço reafirma nosso compromisso de levar saúde de qualidade à população sul-mato-grossense. Agradecemos por fazer parte dessa rede de solidariedade e por contribuir com histórias que ganham um novo capítulo, marcado pela esperança e pela vida”, comemora Martin.
A doação de órgãos é fundamental para salvar vidas, mas enfrenta desafios como falta de informação, recusa familiar e questões culturais. O Brasil é líder em transplantes, mas necessita de um esforço contínuo para aumentar o número de doadores para que mais pessoas sejam beneficiadas.
No Brasil, a doação de órgãos e tecidos é um processo legalmente regulamentado e realizado após a autorização familiar e pode ocorrer de doadores vivos ou falecidos. O SNT (Sistema Nacional de Transplantes) é responsável por regulamentar e monitorar o processo, garantindo transparência e equidade na distribuição dos órgãos.
Helton Davis, Comunicação SES
Fotos: Divulgação / Hospital Adventista do Pênfigo