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Cultura afro vibra com roda de capoeira e ao som dos atabaques no Festival América do Sul – Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

O Porto Geral de Corumbá foi tomado por ritmos ancestrais na tarde deste domingo (18), durante o último dia de programação do 18º Festival América do Sul. O local, já conhecido por sua beleza e simbolismo fronteiriço, apresentou um pouco das tradições e resistência da cultura afro-brasileira.

Entre os destaques da programação estiveram a roda de curimba — com cantos, pontos e batidas sagradas das religiões de matriz africana — e a oficina de capoeira, conduzida com a técnica “capitães de areia”, que combina acrobacias, flexibilidade e história. O encontro foi mais que uma apresentação: foi uma vivência, um convite à escuta e ao reconhecimento das raízes negras que moldam a identidade pantaneira e brasileira.

Para Cléber Ricardo, conhecido como Mestre Pantanal, o espaço concedido pelo Festival representa um gesto de valorização e visibilidade. “Este festival abre espaço para nossa cultura, a cultura da curimba, das religiões de matriz afro. Começamos com o toque do atabaque, a capoeira, o berimbau e também apresentamos aqui um pouco de cada ponto do candomblé, ponto da umbanda antiga e atual. Finalizamos com uma roda de samba, que é comum a todos”, contou o Mestre.

A força da capoeira também ganhou destaque. Quem conduziu a oficina foi Clídio Daniel de Lima Vernochi, o Mestre Corumbá, que ensina a arte-luta em escolas e comunidades da cidade. Para ele, o Festival América do Sul é uma oportunidade única de quebrar barreiras e ampliar horizontes. “É muito importante. Pois muitas vezes a gente fica num canto da cidade e o festival dá mais visão para a nossa arte capoeirista. Então, a gente tem muito prazer de estar aqui apresentando essa técnica chamada capitães de areia”, explicou.

A ação integrou uma série de atividades voltadas à valorização das culturas afrodescendentes, que vêm ganhando cada vez mais espaço dentro da programação do festival. E em uma cidade marcada pela diversidade étnica e espiritual, como Corumbá, dar voz e corpo às expressões negras é também um gesto de reparação, de fortalecimento da memória e de esperança para as futuras gerações.

No Porto Geral, ao som do berimbau, do atabaque e da roda de samba, o Festival América do Sul reafirma que cultura é ponte, cura e resistência. 

Débora Bordin, Ascom FAS2025
Fotos: Débora Bordin

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