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Agricultores do ‘Eu Posso Semear’ produzem 20 toneladas de milho para o período junino

Com os festejos juninos, todo nordestino já sonha com as comidas típicas da época. Para que o principal ingrediente dessas iguarias, o milho, esteja presente na mesa das famílias, o processo de produção inicia bem antes, em meados de fevereiro, para garantir a colheita em maio e junho. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest), a previsão é de que 20 toneladas do grão produzidas em João Pessoa abasteçam o mercado local.

Em Ponta de Gramame, as famílias produtoras vêm desde maio colhendo o milho que está sendo comercializado na Capital neste período festivo. Segundo o diretor de Agricultura Familiar e Pesca da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Adriano Vasconcelos, o milho é plantado com antecedência para que a espiga chegue à maturidade. “Haverá quantidade suficiente para termos pamonha e canjica no São João. Este ano a produção deve girar em torno de 20 toneladas de milho”, disse Adriano.

O diretor disse que existe um planejamento da Sedest em relação a compra de sementes para a safra de 2026 e que elas serão distribuídas para cerca de 85 famílias de agricultores, na região de Gramame, na Zona Sul de João Pessoa. “Já faz parte do nosso calendário, e está no nosso plano plurianual. Será entregue uma tonelada de milho e uma de feijão por ano. Ao final da gestão é esperado o saldo de quatro toneladas de cada, entregues aos produtores rurais”, destacou o diretor.

O agricultor familiar Joselito Severino dos Santos, conhecido como Doda, disse que, neste ano, comprou 20 kg de sementes de milho por R$60,00 reais cada, e tem a expectativa de colher cerca de 400 mãos do grão. Com uma média de 52 espigas, a mão de milho está sendo comercializada pelo produtor por R$50,00 reais, direto ao consumidor através das feiras promovidas pela Prefeitura de João Pessoa.

“A nossa base é de quebrar quatrocentas mãos de milho. Já quebramos nessa parte, e começamos a quebrar do outro lado. Estamos vendendo na feira por R$50 reais a mão. Nós temos o apoio da Prefeitura, que envia o ônibus e vendemos no Parque Parahyba 1, no Bessa, e em Manaíra, nas quartas e sextas. Nas terças-feiras a gente vende no Parque das Três Ruas, no bairro dos Bancários, que é a feira mais recente e vai das 7h às 11h”, explicou Doda.

Joselito afirmou que mora no sítio há 27 anos e sempre tirou da agricultura o sustento da família. Ele destacou a importância do apoio técnico da Prefeitura de João Pessoa para a qualidade dos produtos, e da logística para facilitar a comercialização, o que fez o diferencial também no lucro dos produtores, já que não precisam mais de atravessadores para realizar a venda da produção. “Vai fazer seis anos que temos esse apoio da prefeitura. Melhorou, porque todo o lucro é nosso, já que a gente não tem esse atravessador. É um produto direto do roçado para os consumidores. E é um produto de boa qualidade, a gente não usa nada de veneno, não usa nada de produtos químicos, tudo é orgânico, e tem o pessoal da Prefeitura acompanhando a gente, a secretaria, para garantir essa qualidade do produto”, declarou.

Feijão e hortaliças – Produto de destaque na agricultura familiar do Brasil, o feijão, em particular, é uma cultura fundamental para a segurança alimentar e nutricional, bem como para a economia dos pequenos produtores rurais. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Banco Mundial e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar é responsável por aproximadamente 70% do feijão produzido no Brasil.

“Realizamos a compra de 1 tonelada de sementes de feijão. No começo de junho demos início a distribuição, que será realizada de forma contínua para manter o escalonamento da produção. Depois do plantio leva cerca de 70 dias para colher ele verde”, explicou o diretor da Agricultura Familiar e Pesca da Sedest, Adriano Vasconcelos.

Em fevereiro, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Sedest, realizou a limpeza dos solos para o plantio de alimentos do programa municipal ‘Eu Posso Semear’, onde foram atendidas 85 famílias em Ponta de Gramame. “Os produtores receberam o preparo do solo, acompanhamento técnico, e sementes de hortaliças”, informou o diretor.

Nesta primeira etapa foram plantadas diversos tipos de hortaliças como coentro, rúcula, couve manteiga, alface-americana, alface-crespa, alface roxa, pimentão verde e vermelho, cebolinha, berinjela, maxixe, quiabo, tomate e tomate-cereja, entre outras. A produção vem sendo comercializada em três Feiras da Agricultura Familiar que acontecem nos bairros Bessa, Manaíra, e Bancários.

Apoio à Agricultura Familiar – O programa “Eu Posso Semear” é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de João Pessoa, executada por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, voltada ao fortalecimento da agricultura familiar no município. A proposta busca promover geração de renda e melhoria da qualidade de vida para produtores rurais locais.

A ação é direcionada a pessoas que atuam diretamente com agricultura familiar, conforme as diretrizes previstas na legislação vigente. Os produtos contemplados incluem hortifrutigranjeiros, alimentos de origem animal e vegetal — frescos ou processados —, farináceos, plantas medicinais e flores ornamentais ou tropicais. Todos devem ser cultivados no território de João Pessoa, com a exigência de serem livres de agrotóxicos.

Para integrar o programa, os interessados devem possuir uma área agricultável localizada no município e comprovar que não utilizam agrotóxicos em seus cultivos. A propriedade precisa apresentar viabilidade econômica para produção e comercialização de alimentos agroecológicos. Não há exigência de tamanho mínimo da área, mas é necessário agendar uma avaliação técnica com a equipe do programa, por meio de contato telefônico.

A rede de ações desenvolvidas pelo programa incluem: limpeza e preparo de solo com o trator​; ônibus adaptado para o transporte de produtos; carros para transporte logístico; acompanhamento técnico; distribuição de sementes, mudas e alevinos; Feira da Agricultura Familiar; inseminação artificial de bovinos; vacinação bovina contra Brucelose; emissão dos CAF’s; e educação agroecológica.

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