Onça Miranda, tratada pelo CRAS e depois solta na natureza, aparece com filhote no Pantanal – Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Uma onça-pintada passeia ao lado de seu filhote, livre, pela mata. A cena por si só já emociona, mas esta em especial tem um simbolismo ainda maior: a onça é Miranda, resgatada ferida no Pantanal em 15 de agosto do ano passado. Tratada no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), ela se recuperou e foi solta na natureza. Agora, menos de um ano depois, ela mais uma vez é protagonista da resiliência e da diversidade da fauna e flora pantaneira.

O flagrante de Miranda e seu filhote ocorreu no dia 21 de junho por armadilhas fotográficas instaladas pela equipe do projeto Onçafari. O registro foi possível graças ao monitoramento intensivo realizado desde sua soltura, com auxílio de um colar de rastreamento GPS/VHF, que já havia identificado um padrão de toca na região onde ela vive.

Instalado pelo Onçafari em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o colar coletou dados que apontam excelente estado físico e comportamental do animal silvestre.

Fora isso, o equipamento permitiu ainda observar que ela se movimentava com agilidade, alternando entre longos deslocamentos e pausas estratégicas, indicando comportamento de caça e alimentação autônoma. Agora, com a confirmação do nascimento de seu filhote, é certo que houve sucesso em sua reintegração ao habitat natural, mas também que houve impacto concreto das ações de preservação e cooperação institucionais do Governo de Mato Grosso do Sul.

“O caso de Miranda é a prova concreta de que, com conhecimento técnico e parcerias sólidas, conseguimos transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Acompanhamos com orgulho sua adaptação e, agora, com o nascimento do filhote, reafirmamos nosso compromisso com a proteção da biodiversidade do Pantanal”, destacou o diretor-presidente do Imasul, André Borges.

União de esforços pela fauna silvestre

O sucesso do caso Miranda é resultado direto do trabalho integrado entre diversas instituições, unidas pela missão de preservar a fauna brasileira. Desde o resgate até a reintrodução e o acompanhamento em campo, cada etapa foi marcada por dedicação e cooperação.

“A jornada de Miranda agora inspira ainda mais: não só sobreviveu aos incêndios, como se tornou mãe na natureza. Sua história reforça a importância de políticas públicas e iniciativas que garantam suporte a animais silvestres atingidos por desastres ambientais e ações humanas. É um lembrete poderoso da capacidade de regeneração da vida quando há apoio e proteção adequados”, comentou a gestora do CRAS, Aline Duarte.

Miranda foi resgatada no município de mesmo nome, no Pantanal, após ser encontrada com graves queimaduras nas patas em agosto de 2024. Os ferimentos foram provocados por incêndios. Abrigada em uma manilha às margens de uma estrada, foi salva por uma força-tarefa composta por equipes do CRAS, Gretap, Ibama e PMA (Polícia Militar Ambiental).

A operação de resgate durou 26 horas e envolveu cuidados emergenciais até sua chegada ao CRAS, em Campo Grande, onde permaneceu por 43 dias recebendo tratamento intensivo. A reabilitação incluiu curativos frequentes com pomadas cicatrizantes, sessões de ozonioterapia e dieta reforçada, com até 5 kg de carne por dia.

Após a última bateria de exames no Hospital Veterinário Ayty, Miranda foi solta em 27 de setembro de 2024 em uma área cuidadosamente selecionada no Pantanal, que oferecia condições ideais para sua readaptação ao ambiente natural.

Gustavo Escobar, Comunicação Imasul
Foto de capa: Reprodução/Onçafari


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