O diretor executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Marcus Alves, representou o prefeito Cícero Lucena, na noite desta quinta-feira (23), no Centro Cultural São Francisco, na abertura da 1ª Festa Literária do Extremo Oriental (FLOR), promovida pela Confraria Sol das Letras. O evento, que acontece até o domingo (26), conta com o apoio da Funjope e envolve literatura, arte, música, cinema e cordel em ações espalhadas pelo Centro Histórico da cidade. A abertura contou com apresentação conjunta da Banda 5 de Agosto com a cantora Renata Arruda e o cantor Juzé.
“A cidade de João Pessoa vive um momento muito especial em sua cultura. A realização da 1ª Festa Literária do Extremo Oriental, bem como o encontro das academias de literatura de todo o Brasil, está ambientada justamente nesse contexto. Escritores de todo o Brasil privilegiam a cidade de João Pessoa como ambiente para suas reflexões que têm muita qualidade, a exemplo do que nós escutamos ontem numa palestra do escritor Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras, mostrando que a literatura brasileira tem um grande futuro pela frente”, pontuou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele ressalta que a Fundação apoia a FLOR por várias razões. “É uma festa que foi muito desejada há vários anos pelo grupo Sol das Letras, um grupo forte, que mantém uma atividade constante na cidade e que merece toda a nossa acolhida, carinho e respeito. Orientados pelo prefeito Cícero Lucena, não poderíamos jamais deixar de dar suporte, apoio para a realização destes eventos na cidade”, afirmou.
O presidente da Companhia Sol das Letras, Hélder Moura, destacou a importância da parceria com a Funjope. “O apoio da Fundação é fundamental. Nós contamos, desde o primeiro momento, com a sinalização da Funjope de que iria nos ancorar, nos ajudar na promoção do evento, e digo que sem esse apoio não conseguiríamos realizar a 1ª FLOR, que tem a pretensão de mostrar um pouco daquilo que se produz em termos de arte, especialmente o viés da literatura na Paraíba”.
Início – Tudo começou há dez anos quando, no âmbito da Confraria Sol das Letras, se imaginava promover uma festa literária que fosse, de fato, com cara de festa, e que o mote fosse literatura. Houve um bom tempo para essa preparação e agora a FLOR se torna realidade. Paralelamente, em 2024, representando a Paraíba durante um congresso de academias em Belém, Hélder Moura propôs que o próximo congresso fosse em João Pessoa. Houve uma votação e a Capital paraibana ganhou. Com isso, os dois eventos acontecem simultaneamente na cidade.
O congresso das academias envolve 24 representantes de todo o Brasil e é mais fechado, onde se discute a importância das academias na formação cultural das pessoas. Já a FLOR é uma festa pop, com muito lançamento de livros, declamações, poesia, música, debate sobre a importância das editoras para os escritores, como eles vencem as dificuldades para publicar seus livros.
“A ideia foi unir dois mundos, as academias, onde estão as pessoas que, em tese, produzem, e esse mundo da cultura pop, da cultura das ruas, da festa literária, que envolve escritores, leitores, críticos de arte para que pudéssemos realizar o evento que está começando hoje”, acrescentou.
Ramalho Leite, presidente da Academia Paraibana de Letras (APL), explicou que a FLOR tem o apoio da APL. “O nosso evento da Academia é o congresso, mas ambos estão irmanados no mesmo sentido que é o desenvolvimento cultural da Paraíba e do Brasil. Esse momento é especial porque há uma troca de experiência dos que vêm de todo o País com os que estão aqui no Nordeste. Nessa troca é que está a valorização desse encontro”, afirmou.
Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras, ressaltou que em todo o País há cerca de mil academias estaduais e municipais. “É importante que elas se unam por dois motivos: o primeiro é de gostar do Brasil e as academias têm essa função, e o segundo é porque elas têm uma perenidade, uma continuidade maior que as outras instituições. E se me perguntasse a mensagem principal que eu daria hoje seria para os jovens, que é a seguinte: não importa o meio, seja o livro, a inteligência artificial, a web, seja qual for a tecnologia, leiam, leiam, leiam e até de olhos fechados, leiam”, enfatizou.
O maestro da Banda 5 de Agosto, Rogério Borges, comemorou a participação no evento. “Para nós, é sempre um momento especial para divulgar a Banda 5 de Agosto”, resumiu. Com a cantora Renata Arruda, a Banda tocou ‘Paraíba Joia Rara’, ‘Porta do Sol’, ‘Meu Sublime Torrão’ e ‘É Ouro pra Mim’; já com o cantor Juzé, tocou canções autorais do artista, finalizando a apresentação com ‘Frevo Mulher’.
Público – Quem foi à 1ª FLOR aprovou o evento. “É muito importante. Eu sou paulista e moro em João Pessoa. Estava conversando com amigos como a Prefeitura e o Estado investem em cultura gratuita para as pessoas. É muito legal e não é em toda cidade do Brasil que acontece isso, muito menos no Sudeste ou no Sul. Aqui temos uma quantidade e hoje estamos escolhendo qual evento temos para ir. E o mais legal é que são atividades gratuitas, o que torna esse acesso mais democrático e não só para a elite. Eu acho que a parte de cultura está de parabéns na cidade”, declarou o professor João Bueno.
Para a professora Ana Cláudia de Oliveira é importante popularizar a literatura de forma geral, envolvendo aspectos como poesia e arte. “É fundamental que as pessoas tenham acesso gratuito. Esta é uma grande oportunidade, já que em outros eventos culturais muitas não têm condições de pagar. A estrutura está muito boa e a proposta muito legal”, destacou.
A programação completa da 1ª FLOR está no link https://www.instagram.com/p/DPxE0HTDYm0/?igsh=MWp4bWY0bG04MHRudw==
